A Usiminas, maior produtora de aços planos do Brasil, sinaliza um aumento nos preços do aço para 2025. A empresa está enfrentando pressão da desvalorização do real em relação ao dólar, o que impacta diretamente seus custos operacionais. Segundo o vice-presidente financeiro da companhia, Thiago Rodrigues, “tivemos uma desvalorização de 30% do real desde janeiro, o que gera maiores custos e a necessidade de repassar esses valores ao preço final do aço.”
A desvalorização do real tem pressionado várias empresas que operam no setor de commodities, onde a Usiminas se destaca. A expectativa da companhia é de que esse cenário de custos mais altos reflita diretamente no aumento dos preços do aço no próximo ano. “Nossa expectativa é de preços mais elevados de aço a partir de 2025, refletindo a necessidade de recomposição pela desvalorização do câmbio”, destacou o executivo em apresentação feita a investidores.
Medidas antidumping em análise
Além da pressão cambial, a Usiminas também está atenta à possibilidade de o governo federal implementar medidas antidumping para proteger o mercado nacional contra importações de aço a preços muito baixos. A expectativa da empresa é que essas medidas possam ser adotadas entre o primeiro e o segundo trimestres de 2025, o que, segundo Rodrigues, seria fundamental para proteger a competitividade da indústria nacional de aço.
Essas medidas visam coibir a prática de dumping, em que produtos são exportados a preços inferiores aos praticados no mercado interno de origem, prejudicando a indústria nacional. Com a entrada de aço a preços reduzidos no Brasil, as empresas locais enfrentam uma concorrência desleal, o que reforça a importância de políticas que protejam o mercado interno.
Impactos no mercado e na economia
A possibilidade de elevação dos preços do aço para 2025 já preocupa diversos setores da economia que dependem desse material, como a construção civil e a indústria automobilística. O aumento dos preços do aço pode resultar em custos mais altos para essas indústrias, impactando os preços finais dos produtos para o consumidor.
Ao mesmo tempo, a valorização do dólar e a desvalorização do real são fatores que têm influenciado não apenas o setor de aço, mas também diversas outras commodities no Brasil, como soja e minério de ferro, cujas exportações estão diretamente atreladas ao câmbio. A alta do dólar eleva os custos de produção em reais, já que muitos insumos são cotados na moeda norte-americana.
Nesse cenário, as empresas brasileiras, como a Usiminas, estão buscando soluções para mitigar esses impactos, seja por meio de ajustes em seus preços ou pela expectativa de apoio governamental com políticas que regulem a entrada de produtos estrangeiros de forma mais competitiva.
A Usiminas, além de acompanhar de perto as movimentações do governo federal em relação às medidas antidumping, também projeta outras estratégias para se manter competitiva no cenário global, mesmo diante de uma economia em constante oscilação devido às flutuações cambiais.
Usiminas prevê aumento nos preços do aço em 2025 devido à desvalorização do real e espera medidas antidumping para proteger o mercado nacional.
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