A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) antecipa um cenário positivo para o setor da construção civil no primeiro semestre de 2024. A projeção, divulgada durante uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira (8), destaca o aquecimento das obras impulsionado, principalmente, pelos empreendimentos das prefeituras, coincidindo com as eleições municipais.
O presidente da Cbic, Renato Correia, afirmou que até junho as prefeituras estarão inaugurando novas obras para mostrar serviço, indicando um primeiro semestre ativo, especialmente no âmbito das construções públicas municipais. A instituição estima um crescimento de 1,3% no setor ao longo do ano.
Vários fatores são apontados pela Cbic como impulsionadores desse crescimento. A redução da taxa básica de juros, que estimula investimentos, é destacada como um dos elementos favoráveis. Além disso, a produção de unidades da faixa 1 do programa Minha Casa, Minha Vida e o aumento de 50% nos saldos das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) contribuirão para dinamizar o mercado.
Entretanto, Renato Correia alerta para uma possível queda no número de novos empreendimentos, o que poderia resultar em um cenário onde o setor encerraria o ano sem projetos inéditos. Esta situação impactaria significativamente os financiamentos, uma vez que a maioria dos bancos oferece melhores condições para a compra de imóveis recém-lançados.
“Os estoques (de novos lançamentos) estão baixos. Se ninguém lançar nada no Brasil hoje, em 10.4 meses não tem imóvel em construção para ser adquirido. É um estoque muito baixo”, alertou Correia.
O presidente da Cbic também aponta para um aumento nos valores dos empreendimentos acima da inflação, resultado de uma desaceleração em 2023. Ele explica que as empresas, em busca de preservar margens, diminuíram os lançamentos no ano passado. Agora, a necessidade de recuperação de margem se torna essencial para manter a saúde financeira das empresas.
Desaceleração em 2023
Segundo a Cbic, a construção civil deve encerrar o ano de 2023 com uma queda de 0,5%. O principal motivo apontado para essa desaceleração são as altas taxas de juros. Além disso, o fim do ciclo de pequenas reformas, que teve um auge durante a pandemia e desacelerou em 2021 e 2022, também contribui para esse declínio.
A expectativa inicial, no final de 2022, era de um crescimento de 2,5%, mas foi revista para 1,5% em julho. A retração de 3,8% no Produto Interno Bruto (PIB) setorial no 3º trimestre levou a uma nova revisão, refletindo os desafios enfrentados pelo setor.
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